Prevalência e fatores associados à interrupção da profilaxia pré-exposição ao HIV em usuários de uma capital do Sul do Brasil

Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis(2023)

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摘要
Introdução: Há estratégias importantes de controle do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) no mundo. Nos últimos anos, ocorreram investimentos consideráveis em medidas de redução da transmissão das infecções sexualmente transmissíveis (IST). Nesse sentido, destaca-se a prevenção combinada. Objetivo: Verificar a prevalência e os fatores associados à interrupção da profilaxia pré-exposição (PrEP) em usuários de uma capital do Sul do Brasil. Métodos: Estudo realizado nos serviços especializados ao HIV de Porto Alegre. Foram utilizados dados secundários extraídos dos prontuários eletrônicos de uma amostra (n=954) de usuários de PrEP. A coleta de dados ocorreu de setembro de 2021 a setembro de 2022. A interrupção da profilaxia foi considerada a variável dependente, e as variáveis demográficas e clínicas foram as variáveis independentes. Empregou-se análise estatística descritiva e inferencial. Resultados: Observou-se uma amostra caracterizada por média de idade de 35,5±9,3 anos, majoritariamente composta de homens cis (85,7%), gays (78,6%) brancos (74,8%), com escolaridade superior a 12 anos (76,6%). Houve presença elevada do número de parceiros sexuais, uso de álcool, exposição a drogas e presença de outras IST, em destaque a sífilis. A prevalência da interrupção da PrEP foi de 40,8%. Os fatores associados foram: ter nível de escolaridade menor que 7 anos, ser do sexo feminino ao nascer, ser mulher cis, ser heterossexual, ter poucas parceiras sexuais, ter ingressado no primeiro ano de implantação da PrEP e encaminhamento realizado por profissional de saúde. Conclusão: A prevalência da interrupção da PrEP foi elevada e os seus fatores associados apontam para um perfil específico de usuário, sugerindo a ampliação da oferta da profilaxia nessa população. Essa identificação permite a elaboração de estratégias focadas, apontando a descentralização da PrEP para Atenção Primária à Saúde (APS) como um caminho interessante.
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