Efetividade da coleta seletiva como estratégia de redução dos resíduos sólidos domiciliares a serem dispostos em aterros sanitários

Diante da quantidade de resíduos solidos domiciliares (RSD) gerados e dos impactos associados à sua gestão, o presente trabalho objetivou mensurar a efetividade da coleta seletiva da fração seca dos resíduos sólidos domiciliares (FSRSD) na redução dos RSD a serem dispostos em aterros sanitários, bem como os benefícios desta atividade. Para isso foram analisados os seguintes parâmetros: a taxa de separação da coleta seletiva (Txcs), a eficiência da coleta seletiva (Efcs), o índice de recuperação da coleta seletiva (IRcs), o índice de recuperação potencial da coleta seletiva (IRpcs) e o índice de participação da coleta seletiva (IPcs). Também foram determinadas as principais dificuldades para a realização da coleta seletiva. Para a FSRSD, foi observado uma Txcs de 19%, uma Efcs 87%, um IRcs de 17% e um IRpcs de 21%. O principal entrave apontado pelos moradores (40%) foi a dificuldade em mudar os hábitos próprios e dos demais. Observou-se que a implantação da coleta seletiva representou uma redução de 18% (cenário real) a 21% (cenário potencial) do RSD encaminhado ao aterro sanitário. Essa situação economizaria 78% da quantidade de energia que seria consumida para a produção da mesma quantidade de material virgem, evitar-se-ia a emissão de cerca de 99% dos gases de efeito estufa e corresponderiam a um ganho de R$ 18.5 a R$ 22.8 por morador. Mesmo com benefícios observados, verificou-se que a implantação da coleta seletiva em condomínios residenciais verticais enfrenta dificuldades operacionais e de infraestrutura, necessitando a colaboração dos atores relacionados à gestão de residuos.