Impacto da terapia comunitária integrativa para as pessoas privadas de liberdade

A saúde é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988, estendendo-se à população carcerária, cuja assistência, especialmente em saúde mental, é frequentemente negligenciada. A Terapia Comunitária Integrativa, uma Prática Integrativa e Complementar em Saúde do Sistema Único de Saúde, surge como uma ferramenta promissora para promover o bem-estar e a ressocialização destas pessoas. Apesar do reconhecimento da importância da Terapia Comunitária Integrativa, há uma lacuna na literatura sobre seus impactos específicos no contexto carcerário brasileiro, destacando a necessidade de investigação nessa área. Este estudo teve como objetivo analisar o impacto da Terapia Comunitária Integrativa na vida de recuperandos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de um município do sul de Minas Gerais. Estudo com abordagem qualitativa, utilizando os passos da análise de conteúdo de Bardin, focou-se na compreensão da percepção dos recuperandos quanto ao impacto em sua vida, resultado das rodas de saúde, seguindo o referencial teórico da Terapia Comunitária Integrativa. Os resultados culminaram em quatro categorias temáticas: impacto na saúde, aprendizado para a vida, relações intrapessoais (autoconhecimento) e interpessoais. Concluiu-se que a implementação da Terapia Comunitária Integrativa no sistema prisional pode contribuir significativamente para a promoção da saúde mental e a ressocialização das Pessoas Privadas de Liberdade, o que pode beneficiar não apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas também a sociedade como um todo.