Pandemia da COVID-19

Objetivo: Avaliar os fatores associados às práticas de higiene bucal de idosos dependentes por profissionais que atuam em instituições de longa permanência para idosos (ILPI) durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Estudo exploratório com amostra de 179 profissionais de ILPI recrutados por meio de grupos de mídia social e utilizando o método “bola de neve”. Coleta de dados foi realizada empregando questionário estruturado. A variável resposta foi a prática de higiene bucal dos idosos dependentes por cuidadores, incluindo a realização de higiene bucal e de próteses. As variáveis independentes foram características sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor de pele), atuação (função da ILPI e tempo de atuação) e formação profissional (curso/treinamento para cuidador e em relação à saúde bucal), estrutura da instituição (disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual), processo de trabalho (protocolos/diretrizes de saúde bucal existentes na ILPI) e percepção sobre as práticas profissionais (Preocupações em transmitir e de ser capaz de lidar com casos de COVID-19, e de ser capaz de realizar higiene bucal dos idosos). A associação entre as variáveis independentes e as práticas de higiene bucal foi analisada por Regressão Logística (p < 0,05). Resultados: Dos 179 profissionais, 76,0% realizavam a higiene bucal dos idosos dependentes e 42,5% relataram dificuldades, como falta de cooperação do idoso, falta de tempo no turno de trabalho e falta de material. Os profissionais que possuíam formação para atuarem como cuidadores de idosos (OR = 3,27, IC 95% 1,53 – 6,98) e os que foram treinados para realizar higiene bucal nessa faixa etária (OR = 2,19, IC 95% 1,01 – 4,79) apresentaram maior chance de realização da higiene bucal em idosos dependentes. Conclusão: Práticas de higiene bucal foram realizadas em ILPI durante a pandemia de COVID-19. A formação de cuidadores de idosos dependentes pode potenciar a prestação de cuidados de saúde bucal.