O eletroencefalograma (EEG) na personalização da terapêutica não farmacológica na pessoa com demência – um estudo exploratório com o Programa NeuroÁgil

Estima-se que a demência afete gravemente milhões de pessoas ao nível mundial, sendo emergente a investigação na prevenção, tratamento e promoção da qualidade de vida. A terapêutica não farmacológica, nomeadamente através da utilização de ambientes sensoriais suportados por tecnologia, são potencialmente relevantes na abordagem à pessoa com demência. Estas novas abordagens devem estimular a personalização, com base na interpretação dos estados neuroemocionais, através da eletroencefalografia. O objetivo do presente estudo consistiu na caracterização dos estados neuroemocionais durante a projeção de cenários personalizados para guiar o exercício psicomotor em pessoas com demência. Foram recrutadas 7 pessoas com quadro demencial sem quadro de fadiga severa ou condição respiratória e cardíaca diagnosticadas; sem problemas severos de visão; sem dificuldades comportamentais na aceitação do equipamento eletroencefalográfico. Os cenários testados foram desenvolvidos e personalizados de acordo com um portefólio de reminiscência previamente recolhido pela equipa. Os participantes foram avaliados 2 minutos antes e logo após a sessão de teste através do equipamento Emotiv EPOC+ para recolha do eletroencefalograma. Não ocorreram mudanças significativas nos valores recolhidos. A correlação entre magnitude das diferenças na resposta de stress e do foco foi significativa e positiva (r= 0.89, p= 0.01). O envolvimento, o foco e o stress aumentaram em 5 dos 7 participantes. Concluindo, a eletroencefalografia permitiu aferir as diferenças nas respostas neuroemocionais na personalização da terapia em pessoas com demência.