Análise dos custos das tecnologias em saúde para o tratamento do pé diabético: uma revisão sistemática

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica, crônica, não transmissível, com etiopatogenia heterogênica, desencadeada por defeitos na secreção e/ou ação da insulina, ocasionando distúrbios do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. É um problema de saúde pública por sua prevalência, morbimortalidade e complicações. A International Diabetes Federation (IDF) registrou 537 milhões de indivíduos adultos (20 – 79 anos) com DM em 2021, sendo 75% deles em países com baixa e média renda. O Brasil é o 4º país do mundo em casos de DM, e 50% dos diabéticos não possuem conhecimento do diagnóstico. Diagnosticar e tratar de forma precoce previnem e retardam complicações agudas ou crônicas, micro e macrovasculares, renais e neurológicas, minimizando a mortalidade e morbidade, e reduzindo o custo para as famílias e para o sistema de saúde. O tempo de diagnóstico da DM está associado ao aumento do risco de desenvolver doenças do pé diabético, sendo uma das complicações mais frequente. O gasto em saúde com portadores de DM é de US$ 727 bilhões de dólares anuais, mensurado pela IDF em 2021. O objetivo deste estudo é analisar a eficiência econômica das tecnologias disponibilizadas para o tratamento de feridas e úlceras nos pés de pacientes com DM tipo I e II. Trata-se de uma revisão sistemática em que diferentes fontes foram analisadas e discutidas. Como resultado foram triados 10 artigos elegíveis, sendo 05 ensaios clínicos randomizados. Observou-se que a telemedicina foi eficaz e gerou economia significativa ao sistema de saúde, e o aloenxerto humano desidratado de âmnio e córion apresentou melhor custo-utilidade se comparado ao tratamento padrão isolado gerando economia. Foi verificado um significativo ônus econômico e sanitário na área de saúde, evidenciando a urgência de políticas públicas voltadas a prevenção. Observou-se ainda a necessidade de identificar melhores tecnologias em saúde e seu custo-benefício. Pode-se concluir que a telemedicina se mostrou mais eficiente que os demais ao triar de forma rápida as úlceras do pé diabético, foi eficaz no curso do tratamento, e se mostrou economicamente viável e com menor custo. O tratamento com o aloenxerto humano desidratado de âmnio e córion foi o que apresentou melhor custo-utilidade. Outros estudos econômicos e projetos de intervenção são necessários para inserir essas mudanças no sistema de saúde de forma permanente, melhorando o tratamento e o prognóstico dos pacientes com úlceras do pé diabético, e reduzindo os custos relacionados.