Ensino Remoto Emergencial: Percepções e Desafios na Visão Discente

Em 2020, o distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus culminou no Ensino Remoto Emergencial (ERE) como estratégia de continuidade dos estudos em meio à adversidade sanitária vigente. Neste cenário, o objetivo deste artigo é relatar as percepções de estudantes de graduação em saúde sobre o ERE em uma Universidade Pública Federal do Rio de Janeiro e compreender as características deste modelo sob a visão dos estudantes. Para tanto, foi realizada a análise de conteúdo de postagens realizadas em murais digitais de três disciplinas conduzidas nos semestres letivos de 2020/1 e 2020/2. Como resultado, notou-se grande exaustão e sobrecarga diante o atendimento às aulas on-line síncronas e a grande quantidade de atividades e provas. Adicionalmente, foi relatada a falta de preparo docente, uma dificuldade em organizar o tempo de estudo e a vida pessoal, assim como dificuldade de acesso digital e no uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e a relação professor-aluno. Diante os relatos, percebe-se que o ERE implementado caracterizou-se pela transposição de práticas presenciais para o ambiente virtual, se distanciando em muitos casos das práticas de Educação On-line. Por outro lado, salienta-se a importância dos relatos discentes ao se planejar cursos e disciplinas híbridas ou integralmente on-line, de forma que as TDICs possam ser utilizadas na promoção de uma Educação On-line de qualidade, acessível, interativa e colaborativa. Palavras-chave: Ensino remoto emergencial. Tecnologias digitais de informação e comunicação. Saúde mental.