Cobertura vacinal e custos da hospitalização por meningite em crianças residentes na Bahia

Introdução: A inflamação das camadas protetoras do crânio e canal vertebral, a meningite, evolui rápido, pode ser infecciosa e fatal. Sua endemicidade no Brasil, uma cobertura vacinal abaixo das metas, perfil etiológico e sorológico dinâmicos e atual elevação da exposição aos fatores de risco fazem da meningite um objeto de pesquisa ainda muito relevante. Objetivo: Descrever o perfil da morbimortalidade por meningite em crianças residentes na Bahia, com idade de 0 a 9 anos, analisando dados das fichas de notificação do SINAN dos anos de 2009 a 2018. Metodologia: Levantamento estatístico, descritivo de dados secundários de período pré e pós implementação da vacina Men C, abordando aspectos sociodemográficos. Resultados: Dos 4135 casos ocorridos neste período, a maioria foi do sexo masculino, na faixa de 5 a 9 anos, cor parda1, residentes da microrregião IBGE de Salvador. No período estudado ocorreu uma média de 0,72 hospitalizações a cada 10 mil crianças residentes na Bahia e o valor total destas ultrapassou 1 milhão de reais, com uma média simples de 8,17 dias de permanência hospitalar. A maioria dos casos foi de etiologia viral e foi grande a subnotificação dos sorogrupos, sendo o método quimiocitológico o diagnóstico mais utilizado. A maior taxa de letalidade foi em 2018 apesar de a mortalidade ter se mantido estável em todo o período. Considerações finais: Este estudo contribui para a prevenção primária, secundária e terciária da meningite e é importante tanto pelas possibilidades que esta população oferta, como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta.