Câncer de vulva derivado de papilomavírus humano em paciente de 87 anos

Sabrina Carpanez Veiga,Isabela Furtado Guiotti, Thyene de Vilhena, Sabrina Campos Rodrigues Spósito, Izabel Brito Teixeira,Maria de Fátima Dias de Sousa Brito

Jornal Brasileiro de Ginecologia(2021)

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Abstract
Introdução: O câncer de vulva (CV) corresponde a 3 a 5% dos tumores malignos da mulher. Deles, 90% são do tipo espinocelular e mais frequentes entre a 5ª e a 7ª décadas de vida. São associados principalmente ao líquen escleroso nessa faixa etária. A associação do CV com o papilomavírus humano (HPV) ocorre geralmente em mulheres jovens. Relato de caso: M.C.N., 87 anos, encaminhada do centro de saúde - ambulatório de patologia do trato genital inferior (PTGI) - por causa de prurido vulvar progressivo de início dois meses antes, associado a ardor e aparecimento de lesões vulvares. Nunca havia realizado exames citopatólogicos prévios. Ao exame: vulva com absorção de dois terços do pequeno lábio (PL) direito e um terço do PL esquerdo, edema do prepúcio do clitóris, onde se inicia a direita placa ceratinizante arredondada, estendendo-se ao PL residual. Fissura profunda em região de fúrcula e perineal recoberta com ceratina espessa. Presença de pápula esbranquiçada de 0,5 cm no sulco interlabial direito (terço médio). Presença de hipocromia bem delimitada em topografia do PL direito absorvido. Hipocromia difusa vulvar, rágade em face medial do grande lábio direito. A paciente foi submetida a biópsia de vulva incisional sob anestesia local. Foram retirados dois fragmentos, um em lesão periclitoridiana e outro em lesão em fúrcula, com diagnóstico único de carcinoma espinocelular incipiente associado à condiloma acuminado, bem diferenciado. Ausência de invasão angiolinfática e perineural. Presença de alterações citológicas indicativas de infecção pelo HPV. Após esse diagnóstico, a paciente foi encaminhada para a Oncologia. Conclusão: Existem duas vias propostas e independentes para o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas vulvares. O primeiro está relacionado à infecção da mucosa pelo HPV e o segundo está relacionado a processos inflamatórios crônicos, originando dois subtipos, os quais geralmente ocorrem nos lábios ou vestíbulo: tipo clássico, condilomatoso, e tipo queratinizante, que ocorre em pacientes mais idosas. Na paciente em questão, apesar da idade e dos dados epidemiológicos descritos, a biópsia foi compatível com lesão originada pelo HPV. A avaliação criteriosa das lesões vulvares exige a realização de biópsia sempre que houver insegurança diagnóstica ou se houver suspeição de presença de lesões precursoras ou verdadeiramente malignas. O tratamento do CV é realizado de forma multidisciplinar após o diagnóstico e o estadiamento iniciais, devendo, sempre que possível, ser instituída a cirurgia, caso haja condições de ressecabilidade.
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