Esmalte de baixa temperatura à base de óxido de estrôncio para cerâmica vermelha

Resumo A cerâmica tradicional é uma arte milenar que fabrica produtos econômicos e necessita ser cada vez mais competitiva. Um relevante avanço no processo produtivo consiste na aplicação de esmaltes em cerâmicas vermelhas. Sob essa perspectiva, o presente trabalho desenvolveu, de forma inovadora, um esmalte com adição de óxido de estrôncio, que apresenta viscosidade de fundido e molhabilidade ideal. A pesquisa foi realizada em duas etapas: na primeira, as fritas comercias, matérias-primas e um substrato cerâmico foram caracterizados; na segunda etapa, desenvolveu-se uma frita e consequentemente seu esmalte. O substrato cerâmico foi caracterizado por análise de difração de raios-x e dilatação térmica. Para o engobe e o esmalte, a seleção e caracterização foram feitas pela dilatação térmica, análise química, aplicação e botão de fusão. Com os esmaltes definidos, foram realizadas as caracterizações de viscosidade de fundido, temperatura de meia-esfera e consequentemente molhabilidade do esmalte. O engobe selecionado não apresentou defeitos superficiais no processo, além de mostrar uma opacidade e alvura adequadas para a deposição do esmalte. Quatro composições dos esmaltes atingiram os objetivos deste trabalho, sendo que os melhores resultados foram encontrados nas composições com 0,25% ≤ SrO% ≤ 2,0%. Esse óxido baixou consideravelmente a temperatura de 1056 °C para 858 °C e a viscosidade do fundido de 105 para 103,55 dPa.s., melhorando a qualidade de textura, brilho e impermeabilidade, resultando em um esmalte inovador para cerâmica tradicional. Palavras Chave: Esmalte de boro; Óxido de estrôncio; Viscosidade de fundido; Bloco cerâmico; Cerâmica vermelha.