Prevalência e genotipagem de papilomavírus humano em mulheres que fazem sexo com mulheres

Introdução: A infecção pelo papilomavirus humano entre as mulheres que fazem sexo com mulheres ainda é pouco conhecida e escassos estudos apoiam a transmissão sexual entre essa população. Objetivo: Descrever a prevalência e genotipagem de infecção pelo papilomavírus humano entre mulheres que fazem sexo com mulheres. Métodos: Estudo descritivo que incluiu 110 mulheres que declararam fazer sexo com mulheres nos últimos 12 meses, maiores de 18 anos e residentes no interior de São Paulo. Os dados foram obtidos por entrevista e exame físico ginecológico entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020. Apesquisa e genotipagem para o papilomavírus humano foi realizada pelo Kit XGEN MULTI HPV CHIP, que possibilita a identificação de 35 genótipos, sendo os de alto risco (16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82) e baixo risco (6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 55, 61, 62, 67, 69, 70, 71, 72, 81 e 84). Os dados foram analisados por estatística descritiva. A pesquisa recebeu parecer favorável do comitê de ética local (parecer n. 3.009.410). Resultados: A maioria das participantes se autodeclarava branca (73,6%), não vivia com parceiras (86,4%), recebia penetração vaginal (92,7%) e fazia uso inconsistente de preservativo nas relações sexuais (89,1%). Aproximadamente um terço delas referiu troca de parcerias sexuais nos três meses que antecederam a coleta de dados (32,7%). A prevalência geral de papilomavírus humano foi de 56,4% e os genótipos de alto risco encontrados foram 16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 68, 73, 82, e de baixo risco 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 55, 61, 62, 67, 70, 71, 72, 81. Conclusão: mulheres que fazem sexo com mulheres possuem altas prevalências de papilomavírus humano, com destaque para os genótipos de alto risco encontrados, demonstrando sua vulnerabilidade aos agravos relacionados ao papilomavírus humano.