Análise dinamométrica e cinemática da marcha de indivíduos com Neuropatia Diabética, em plano horizontal e com aclives de 6º e 10º

A marcha e comumente prescrita como um meio para aumentar a atividade fisica de pacientes diabeticos. No entanto, a existencia de pressoes plantares aumentadas relaciona-se com ulceracoes nos pes, aumentando a morbilidade nestas populacoes. Por este motivo realizou-se um estudo transversal que procurou avaliar as caracteristicas da marcha de um grupo de diabeticos, com e sem presenca de neuropatia, numa plataforma horizontal com aclives de 6o e 10o. Neste estudo foram avaliados vinte e oito individuos: 11 diabeticos sem neuropatia (D), 9 diabeticos com neuropatia (DN) e 8 individuos sem diabetes e sem neuropatia, que constituiram o grupo de controle (C); que foram homogeneizados quanto a idade e IMC. Para a analise cinematica foi utilizada uma câmera digital de 50 Hz no plano sagital e, para a analise dinamometrica, palmilhas de pressao plantar (Pedar system). Os grupos D e DN revelaram um tempo de ciclo de marcha significativamente maior (tanto a 0o, como a 6o e 10o de aclive) e um menor numero de passos do que o grupo de controle. O grupo DN apresentou uma flexao plantar menos acentuada, com significado estatistico, no contato inicial (p=0.04) e no contato terminal (p=0.02), no plano horizontal. O grupo DN apresentou tambem uma amplitude significativamente menor no ângulo pe/perna na inclinacao de 6o (p=0.04). Considerando os estudos dinamometricos, o grupo DN mostrou um incremento significativo da pressao plantar do antepe nos 3 niveis de pressao mais elevados (pu003c0.02). Os resultados sugerem que o grupo DN possui menor flexibilidade na articulacao do tornozelo, maior rigidez na marcha e aumento da pressao plantar em alguns segmentos do pe, principalmente para a marcha em plano inclinado. Desta forma, sugere-se que uma avaliacao cuidada da flexibilidade articular e da pressao plantar deva ser feita antes da prescricao de exercicio fisico a pacientes diabeticos neuropatas.